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21/03/2014 - 10:29:27

NAS TELAS

A teia

Conheça o delegado federal que inspirou o novo seriado da Globo

  • Revista Prisma
  • Da Redação com informações da Revista Isto É Independente


Odelegado que desvendou o assalto ao Banco Central de Fortaleza apostava na inteligência para solucionar crimes e agora serve de modelo para seriado global.

Em entrevista ao veículo Isto é Independente, o delegado aposentado da Polícia Federal, Antonio Celso dos Santos, 55 anos, hoje membro da diretoria da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), diz que investigar um crime “é como montar um quebra-cabeça”, referindo-se ao maior roubo a banco do País, que ajudou a desvendar o assalto ao Banco Central de Fortaleza, em 2005, crime que virou filme. O objetivo era prender os bandidos e recuperar o dinheiro roubado, cerca de R$ 165 milhões. Treze anos se passaram desde que ele assumiu a chefia do Núcleo de Combate ao Crime Organizado e Delitos Patrimoniais (Nucopa) da Polícia Federal e hoje sua trajetória inspira a série “A Teia”, transmitida pela Rede Globo e com roteiro de Bráulio Mantovani e Carolina Kotscho.
Em comum com o personagem, vivido pelo ator João Miguel, Santos afirma ter empenho ao presidir uma investigação. “Gosto do desafio de solucionar um crime a partir dos indícios que vão surgindo e me permitem montar a teia”, diz.

Filho de nordestinos, Celso dos Santos nasceu no interior de São Paulo e começou a estudar para concursos públicos ainda adolescente. Entre 1982 e 1997, foi agente e delegado de polícia na Polícia Civil do DF. Em 97, assumiu o cargo de delegado da Polícia Federal e adotou como estratégia profissional a incansável busca por informações. Foi um dos responsáveis pela criação da Divisão Nacional de Crimes Contra o Patrimônio (DPAT), da Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DCOR), unidade que chefiou de 2004 a 2009.

“Seu traço principal é a obstinação pelo trabalho”, afirma o delegado Getúlio Bezerra, atual vice-presidente da ADPF, que foi seu chefe imediato entre 2003 e 2007. O trabalho de Santos despertou a curiosidade da cinegrafista Luciana Burlamaqui, única pessoa de fora da equipe a ter acesso às investigações do assalto ao Banco Central de Fortaleza. “Paciência, persistência e foco eram seus lemas. Não havia uma política de vingança”, afirma. Segundo a roteirista Carolina Kotscho, Santos é a antítese do Capitão Nascimento, de “Tropa de Elite”. “Ele tem um lado intelectual, estuda cada caso para que o resultado seja o melhor possível”, diz.

Além do assalto ao Banco Central, Antonio Celso atuou na investigação de casos emblemáticos, como a “Operação Toupeira”, contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa surgida nos presídios de São Paulo. Foi ele também quem investigou a morte de três fiscais do Ministério do Trabalho, em Unaí, MG, em janeiro de 2004. Juntos, os envolvidos foram condenados a mais de 220 anos de cadeia.

Atualmente, longe da rotina das investigações, ele usa o tempo livre para se dedicar à leitura e à saúde e revela a fórmula na qual acredita: “Prisão espetacular é aquela em que o mais perigoso meliante é preso sem que as pessoas ao redor nem sequer percebam o que está acontecendo, sem violência”, diz ele, que acompanhou como consultor todo o processo de criação do roteiro, gravações e montagem dos episódios.


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