O tema Copa do Mundo FIFA 2014 foi tratado com muita atenção no VI Congresso Nacional dos Delegados de Polícia Federal, realizado no início de abril, no Espírito Santo. No painel “A atuação da Polícia Federal nos Grandes Eventos: uma análise crítica”, o Delegado Federal e coordenador da PF para grandes eventos, Felipe Seixas mostrou as frentes de atuação da instituição e reforçou a importância de uma segurança pública integrada.
Para o coordenador, existe um embate permanente entre as polícias e os militares quanto à segurança a ser realizada nos grandes eventos. No Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007, a coordenação ficou a cargo do Ministério da Justiça (MJ), e então, em 2009, foi criada a Secretaria Extraordinária de Segurança dos Grandes Eventos (Sesge), ligada ao MJ.
Durante os jogos da Copa do Mundo, o comitê decisor da segurança pública nas cidades-sede será composto por três autoridades: o secretário de segurança do estado, um general definido pela Defesa como “comandante de área” e o superintendente da PF no estado.
O coordenador afirma que “é extremamente difícil fazer a segurança de um evento desse porte sem a integração das forças”, porém, “a PF tem que mostrar que a militarização da segurança pública não é boa para o país, por não deixar legado para o dia a dia das pessoas”.
A Polícia Federal terá papéis importantes durante o evento. Um deles é a cooperação internacional. A PF representa a Interpol no Brasil e tem papel relevante na cooperação jurídica e policial. Será implementado o Centro de Cooperação Policial Internacional, com a presença de policiais estrangeiros. Além de permanecerem no centro, eles também se deslocarão entre as 12 sedes, a fim de acompanhar seus torcedores, com o intuito de inibir qualquer atitude mais violenta.
A segurança das delegações é uma grande responsabilidade para a Polícia Federal. Além da pouca experiência nesse tipo de atividade, o coordenador afirma que mais de quatro bilhões de pessoas terão os olhos voltados para o país.
“Cada delegação nacional terá dois Delegados Federais responsáveis pela sua proteção. Essa atividade emprega um efetivo muito grande e dá muito trabalho. Mas é o que nos dá o maior prestígio e a maior responsabilidade”, ressalta Seixas.
Também ficará sob os cuidados da PF a segurança de portos, aeroportos e fronteiras; o antiterrorismo; a participação no esforço integrado de inteligência; vistorias e contramedidas; operações especiais, entre outras tarefas.
