Durante os dias 9 e 10 de setembro, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) realizou o Seminário Segurança e Competitividade, em Brasília/DF. Dezenas de policiais estiveram presentes para acompanhar o evento, que também contou com a participação do ministro da Defesa, Celso Amorim.
Na palestra “Investimento e gestão em segurança pública dão resultados: como Brasília deixou a lista das 50 cidades mais violentas do mundo”, o Delegado Federal e ex-secretário de Segurança Público do DF, Sandro Avelar, mostrou como o projeto ‘Ação pela vida’, através do trabalho integrado das forças policiais brasilienses, fez com que Brasília sair do ranking das 50 cidades mais violentas.
Em 60 dias de projeto, o número de homicídios no DF caiu em 18%. No ano de 2013, Brasília reduziu em 39% o número de seqüestros relâmpago e em 43% o de latrocínios, garantindo o menor número dos últimos 20 anos. Porém, para o ex-secretário, de nada adianta somente aumentar o efetivo policial.
“É muito enganosa essa idéia de que segurança pública só vem com a ampliação das polícias. Ela sozinha não resolve, devemos também melhorar infraestrutura, iluminação e outros problemas da nossa cidade”, comentou.
O tema integração das polícias também foi discutido no painel “A segurança pública no Brasil pós-Copa: o que aprendemos e o que pode ser feito”. Andrei Rodrigues, Secretário Extraordinário de Seguranças para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, apresentou dados mostrando que não só a integração das forças policiais brasileiras, mas também a cooperação internacional foi fundamental no trabalho realizado durante a Copa do Mundo.
Luiz Fernando Corrêa, diretor de segurança do Comitê Organizador Rio 2016, apresentou como estão os trabalhos para as Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016 e concordou que o trabalho realizado para a Copa foi um grande avanço para as próximas competições.
“No aspecto de segurança estamos trabalhando de forma integrada, com as três esferas de governo, coordenada pelo Ministério da Justiça e da Defesa. Isso implica em um planejamento integrado, definindo papeis com muita antecedência”, afirma.
O evento contou ainda com o painel “Lei 12.846/13, a lei anti-corrupção: como ficam as empresas e seus dirigentes”, que teve a participação do secretário executivo da Controladoria Geral da União (CGU) e do DPF da Diretoria de Combate ao Crime Organizado, Luiz Flávio Zampronha.
Durante o seminário também foram abordados projetos estruturais na área de Defesa Nacional e Segurança Pública como a Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron) e o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron).
Ao final do dia, o painel “Investimento em Segurança Pública: o que precisa ser feito” trouxe debates quanto às soluções para melhoria da segurança pública no Brasil. Para o pesquisador e coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da UERJ, Ignácio Cano, “os homicídios são um dos principais problemas de segurança no Brasil. O momento é desfavorável, visto que houve um aumento na taxa de homicídio, que hoje é de 29 por cem mil habitantes”.
