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27/02/2015 - 10:04:23

LAVA JATO

Juiz da Lava Jato recomenda maior cautela e moderação à defesa de empreiteira

Sérgio Moro aponta argumentos especulativos de advogados da OAS que acusam delegado da PF de faltar com a verdade

  • Estadão
  • Mateus Coutinho e Julia Affonso

   

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato, recomendou nesta quinta-feira, 26, maior “cautela e moderação” aos advogados da empreiteira OAS que questionaram as investigações da Polícia Federal em petição encaminhada ao juiz.

 

“Recomenda este Juízo aos defensores em questão maior cautela e moderação em seus argumentos especulativos quanto a supostas fraudes realizadas na investigação, lembrando que a imunidade profissional não autoriza os excessos ofensivos verificados na referida petição”, assinalou o magistrado em seu despacho. “Além de não serem igualmente recomendados pelo dever de urbanidade e respeito em relação às demais partes do feito e à qualquer pessoa”, continuou o juiz.

 

Moro faz referência ao pedido da defesa da OAS, que acusou o delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo de omitir documentos e de ter ocultado que sabia da existência de deputados federais entre os alvos de interceptações. Os defensores argumentaram que ao encaminhar à Justiça Federal as documentações dos pedidos de interceptação telefônica o delegado omitiu os nomes dos titulares das linhas que apareciam nos documentos.

 

Além disso, a defesa argumentou que as interceptações telefônicas do doleiro Alberto Youssef, um dos alvos principais da Lava Jato, tiveram início em setembro de 2013 e que somente oito meses depois a PF relatou ter identificado os nomes dos então políticos André Vargas (sem partido) e Luiz Argôlo (SDD). A tese foi rechaçada por Moro, que considerou os argumentos “especulativos”.


“Não há qualquer base fática para afirmar que se equivocou quanto ao momento da identificação completa de Luiz Argolo e André Vargas como interlocutores envolvidos em crimes com Alberto Youssef, o que teria ocorrido somente em 2014, ou quanto a sua afirmação de que eles não foram investigados no curso do processo”, afirma o magistrado.

 

O advogado Roberto Lopes Telhada, experiente criminalista que integra o núcleo de defesa dos executivos da OAS, disse que “a decisão configura ameaça inaceitável e inócua a advogados que estão exercendo legitimamente a defesa dos seus clientes”. Telhada afirma. “Inaceitável porque expõe cruamente prepotência e arbítrio inexcedíveis. Revela a parcialidade do juiz, que resolveu tomar a defesa do delegado da Polícia Federal a seu cargo, o que o torna definitivamente suspeito para julgar este processo”.

 

Clique aqui para ver na íntegra o despacho do juiz.


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