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01/07/2015 - 09:55:49

OPERAÇÃO LAVA JATO

Delegados federais lutam por mais valorização e autonomia

Entrevista com presidente da ADPF, Marcos Leôncio Ribeiro

  • Fato Online
  • Edson Luiz

   

Uma das carreiras mais disputadas no serviço público, a de delegado federal, pode estar passando por uma de suas maiores crises. Segundo levantamento da categoria, os salários hoje são menores do que os de algumas polícias estaduais, fato inusitado. A associação da classe cobra ainda a realização de concurso público para pessoal administrativo, para cobrir cinco mil vagas hoje ocupadas por agentes, que deixam as investigações para fazer serviço burocrático. Para protestar contra os baixos salários, os delegados pretendem entregar todos os cargos de chefia.


Segundo o presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), Marcos Leôncio, uma das reivindicações é pelo fim do tratamento diferenciado entre as carreiras jurídicas. “Uma das nossas preocupações é ter uma carreira que antes ganhava igual ou mais que o pessoal do Judiciário e Ministério Público. Hoje, um delegado é comparado a um analista”, compara o dirigente. Além disso, conforme Leôncio, muitos benefícios adquiridos pelos policiais não foram cumpridos pelo governo, como as indenizações para quem trabalha nas fronteiras.


Leôncio afirma que é necessário dar mais autonomia e condições para que a Polícia Federal faça suas investigações. Ele cita como exemplo a liberação de diárias para agentes obrigados a viajar em missão. Isso hoje só é feito mediante autorização do Ministério do Planejamento, geralmente com atraso. “O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, agiu para nos dar a autonomia que precisamos, mas ainda não houve solução”, diz o delegado.

 

Outra cobrança da categoria é a criação dos chamados gabinetes de investigação, grupos formados para determinados tipos investigação. É o caso da Operação Lava-Jato, que formou uma equipe única para apurar os desvios na Petrobras. “Hoje, como o foco é combater crimes de lavagem de dinheiro e financeiros, temos grande preocupação quanto à não formação dos gabinetes, que seriam integrados por policiais especializados”, explica Leôncio.


Lava-Jato


O presidente da ADPF defendeu os colegas que trabalham na Operação Lava-Jato, que investiga corrupção na Petrobras. Para ele, os vazamentos não estão partindo da PF, e a investigação tem que ser feita de forma isenta. “Quando exercemos o papel de polícia judiciária, temos que ter autonomia. O Ministério da Justiça e o diretor-geral da PF não podem se envolver, pois eles são os gestores. Por isso, é necessário trabalhar de maneira mais livre”, diz Leôncio, ressaltando que há várias linhas de investigação, principalmente em relação aos partidos. “Não é A ou B, mas vários partidos envolvidos”, observa.


Marcos Leôncio afirmou que as decisões tomadas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, mostram que o trabalho dos policiais na Operação Lava-Jato foi correto. “Não houve ilegalidades, basta a gente verificar que vários habeas corpus foram negados aos envolvidos. Estamos trabalhando com isenção”, diz o presidente da ADPF.


Confira a entrevista em vídeo aqui.


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