Cinco suspeitos de operar um esquema de tráfico internacional de transexuais brasileiras – que eram submetidas a trabalho análogo à escravidão no exterior – foram presos ontem (09), durante Operação Fada Madrinha, deflagrada pela Polícia Federal de Ribeirão Preto (SP).
Segundo as investigações coordenadas pela delegada federal Luciana Maibashi Gebrim, o grupo aliciava pessoas pelas redes sociais, com promessas de realização de procedimentos cirúrgicos para a transformação facial e corporal e participação em concursos de misses na Itália.
Porém, ao encontrarem a quadrilha, as vítimas eram submetidas à exploração sexual e a condição análoga à escravidão. De acordo com a PF, os investigados aplicavam silicone industrial no corpo das vítimas e as encaminhavam para clínicas médicas, onde faziam implantes de próteses mamárias, que segundo indícios, são provenientes de reuso.
Os custos dos procedimentos, da viagem e de itens como roupas, perucas e sapatos, que as vítimas eram obrigadas a adquirir, eram cobrados pela quadrilha, que as submetiam à exploração sexual para o pagamento.
De acordo com as investigações, um esquema semelhante estava em curso nos estados de Goiás e de Minas Gerais e havia uma parceria comercial entre os investigados, que faziam intercâmbio das vítimas.
