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31/07/2013 - 17:40:13

ADIDÂNCIAS

No front internacional

O trabalho de adido da Polícia Federal abre portas e facilita a celebração de acordos de cooperação entre países no combate à criminalidade

  • Revista Prisma
  • Da Redação

   

Em tempos globalizados, em que o crime também se tornou transnacional, o trabalho das adidâncias crescem em importância na Polícia Federal (PF). O setor é de responsabilidade da Coordenação-Geral de Cooperação Internacional (CGCI), atualmente comandada pelo delegado federal Álvaro Palharini.

 

As adidâncias fortalecem a inserção internacional da PF, consolida a presença da instituição no exterior e permite a realização de ações efetivas, eficientes e eficazes no âmbito da cooperação policial internacional, especialmente interagindo com as autoridades, forças e serviços de segurança dos países onde as adidâncias estão instaladas.

 

Cada vez mais a questão do combate à criminalidade organizada tem que passar pelas ações de cooperação internacional. A globalização encurtou distâncias, rompeu fronteiras e permitiu que os países avançassem nas relações internacionais em vários aspectos econômicos e sociais, em busca do desenvolvimento. Contudo, a criminalidade organizada igualmente se utiliza das estruturas de suporte existentes, a fim de operar com os seus interesses ilícitos.

 

O desafio é permitir o desenvolvimento socioeconômico dos países, fazendo-se o filtro necessário para identificar ações das organizações criminosas, seja pela análise do perfil das suas operações ou por meio do conhecimento e do acesso a informações úteis para conter o crime, mediante a cooperação internacional efetiva, proativa e proveitosa para o enfrentamento qualificado a esse fenômeno. Portanto, as ações no campo da cooperação policial e jurídica internacional se tornaram fator relevante para o sucesso do combate à grande criminalidade organizada.

 

A interlocução com as autoridades responsáveis pelas diversas áreas de enfrentamento ao crime no País onde a adidância está inserida tem papel destacado, importante e necessário.

 

“O adido policial precisa ter conhecimento e experiência mínima sobre as diversas áreas de atuação da PF e sobre o Estado brasileiro, para se relacionar com firmeza e autoridade diante dos temas tratados”, afirma o delegado federal Luiz Pontel de Souza, que foi adido policial em Portugal até junho.

 

A proatividade para identificar situações de interesse da área de segurança pública também é uma qualidade desejável para quem trabalha no exterior, destaca o delegado. A troca de informações, a confiança e a responsabilidade perante os compromissos assumidos são ferramentas importantes nas relações bilaterais e servem para fundamentar e consolidar as ações de cooperação.

 

Pontel conta que, em Portugal, há uma grande comunidade de brasileiros que residem e que transitam pelo país, por várias razões históricas e culturais, sendo que as demandas são muitas e de toda a ordem.

 

“O que temos feito por aqui é dar à Polícia Federal a visibilidade necessária perante as autoridades com as quais nos relacionamos, bem como operar com muita determinação na resolução dos problemas apresentados”, explica o adido.

 

A atuação por lá se tornou de tal modo reconhecida e respeitada a ponto da adidância ser acionada em praticamente todas as situações ou ocorrências envolvendo brasileiros e que exijam uma maior colaboração, esforço ou agilidade nas respostas.

 

|DESAFIOS. Estar em outro país, longe de alguns familiares e afastado das rotinas do Brasil, enfrentar fuso horário diferenciado e também diferenças culturais, climáticas e gastronômicas, são fatores desafiadores para adaptação. Em especial, a cultura local exige do adido ajustes em torno das diversas variáveis existentes. O dia-a-dia impõe um desafio constante de entender o porquê e como ocorrem certas práticas, que acabam afetando tanto a vida pessoal quanto profissional.

 

“O fato de falarmos o mesmo idioma muitas vezes faz com que os brasileiros pensem e se comportem como se estivessem no Brasil, o que é um erro, pois o pensamento e a lógica dos cidadãos que aqui vivem são diferentes. Os regramentos e a legislação que regulam essas relações evidentemente também são diferentes das que existem no Brasil, devendo ser respeitadas”, salienta Pontel.

 

|PARCERIAS. O intercâmbio de práticas e conhecimento também é outro fator de importância das adidâncias. Em Portugal, o delegado Pontel ajudou a intermediar a celebração de parcerias e convênios para ações de capacitação de policiais brasileiros.

 

A capacitação em outros países permite conhecer as melhores práticas de cada lugar para adaptar e aplicar ao Brasil. Foram celebrados acordos com o Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, da Polícia de Segurança Pública, e estão em tratativas parcerias com a Polícia Judiciária, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e a Guarda Nacional Republicana.

 

“Ainda existe um campo fértil e espaços a serem ocupados pela Polícia Federal na área da capacitação, treinamento e intercâmbio internacional não só com Portugal, mas também com os países que integram a chamada Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, onde o Brasil pode e deve ser protagonista de ações nessa área”, afirma Pontel.

 

O delegado defende que deve se aproveitar tudo aquilo que a PF vem construindo ao longo dos anos em termos de capacidade investigativa e operacional cujo “valioso patrimônio institucional” tem potencial para projetar cada vez mais a área internacional da instituição.

 

 


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