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21/03/2014 - 11:11:08

CONCURSO PÚBLICO

Histórias de quem está quase lá

Conheça a trajetória de pessoas que lutaram para conquistar o sonho de uma vida: se tornar delegado de polícia federal

  • Revista Prisma
  • Da Redação


Todo êxito encobre uma abdicação, já dizia a filósofa existencialista Simone de Beauvoir. Sobretudo quando a meta é ambiciosa, exige-se dedicação, persistência, perseverança e obstinação.

Assim é para quem deseja se tornar delegado de polícia federal. Um sonho que tem início na formação acadêmica. O candidato deve ser bacharel em Direito, um dos cursos mais concorridos de qualquer universidade pública ou privada, com tempo médio de 5 anos para conclusão.

Atualmente, 147 candidatos encontram-se participando do curso de formação na Academia Nacional de Polícia (ANP), etapa final do longo percurso para se alcançar o cargo de delegado. Eles tiveram que deixar para trás mais de 46 mil concorrentes, em várias etapas: provas objetiva, discursiva e oral, exames médico e de aptidão física, avaliação psicológica, investigação social.

A rotina da Academia de Polícia (ANP) não é nada fácil. As atividades tem início às 6h30 da manhã e vão até às 19h da noite. Envolvem aulas de gestão policial, investigação, prática de tiro, luta e defesa pessoal. Depois das aulas, muitos ainda ficam estudando ou vão treinar na academia, para se preparar para as provas. O curso de formação é mais uma etapa, que também depende de aprovação, para a tão sonhada nomeação.

|EXPERIÊNCIA NA BAGAGEM. Alguns desses candidatos já sabem o que vão encontrar pela frente, pois já integram a Polícia Federal. É o caso de Alexandre Camões Bessa. Agente de polícia federal desde 2007, Bessa agora está perto de se tornar delegado. Lotado desde o início no Rio de Janeiro, na Força Tarefa Previdenciária (FTPREV/RJ), Bessa afirma que contou com “muita sorte na carreira”, pois teve a oportunidade de trabalhar com “policiais bons, preparados e comprometidos”. Em seis anos na FTPREV/RJ, atuou nas principais operações contra crimes previdenciários no Estado, como a Kabuf, Saque Rápido, Epidemia, Matuto, Teníase, Caixa Preta, Miragem, Laranjal e Maumau.

Considerado pelos colegas como um dos analistas mais importantes de operações contra crimes previdenciários nos últimos anos, Bessa sempre buscou “aprofundar os conhecimentos e trabalhar com paixão”. Com o reconhecimento, foi chamado a participar da elaboração, em conjunto com outros professores, de manuais e cadernos didáticos para o treinamento de alunos da Academia e até de servidores em exercício nas Delegacias de Crimes Previdenciários (Deleprev).

Mesmo trabalhando muito, conseguiu ser aprovado para a vaga de delegado. “Quando tomei posse como agente de polícia federal, me apaixonei pela profissão; para crescer na carreira, decidi desde o início estudar para ser delegado federal”, conta. “Em 2012 combinei com minha esposa que era hora de realizar o sonho”, lembra.

Foi necessária muita disciplina e planejamento. Bessa estudava com base nos editais passados do concurso de delegado federal. Planejava por dia os pontos do edital a serem estudados e cumpria com rigor a meta diária. Determinado, Bessa acordava às 6h da manhã para estudar. A caminho do trabalho, aproveitava para ler os materiais no ônibus, já que demorava quase 2h no percurso. No trabalho, contava com a experiência e o conhecimento dos delegados e de outros colegas para esclarecer suas dúvidas. Ao chegar a casa, ainda estudava até à meia noite, todos os dias.

“Abdiquei de sábados e domingos pela causa. Foi um ano e meio de muita batalha, mas valeu muito a pena”, conta o futuro delegado.

Assim como Bessa, mais 16 candidatos também já são policiais federais e estão prestes a iniciar uma nova fase de suas vidas profissionais, agora como delegados. Cerca de 35% vieram de outros órgãos de Segurança Pública e Forças Armadas, e mais de 20% do Ministério Público e do Judiciário.

“A experiência como agente, escrivão ou papiloscopista certamente traz uma excelente bagagem para o bom exercício da função de delegado”, avalia Bessa.

Defensor do concurso para o serviço público, Bessa aponta ser esse o instituto que a Constituição trouxe para proteger a Administração e a sociedade. “O concurso público avalia o conhecimento e outros fatores dos melhores candidatos para o exercício da função, além de respeitar o princípio da isonomia”, pondera.


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