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17/07/2014 - 15:42:34

PF EM AÇÃO

Operação Lava jato

Conheça os bastidores da ação da Polícia Federal que desmontou um esquema criminoso de cerca de R$ 10 bilhões de reais

  • ADPF
  • Gabriel Martins e Vanessa Negrini com informações e imagens da Cmunicação Social da Polícia Fede

   

Deflagrada em março, pela Polícia Federal, a Operação Lava Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo as autoridades policiais, movimentou cerca de R$ 10 bilhões de reais. De acordo com a PF, as investigações identificaram um grupo brasileiro especializado no mercado clandestino de câmbio. Os suspeitos seriam responsáveis pela movimentação financeira e pela lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em diferentes crimes. Entre os delitos cometidos pelos supostos “clientes” do esquema estão tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração, contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos. Segundo o delegado federal Márcio Anselmo, o procedimento investigativo teve início em agosto de 2013. Hoje, o inquérito conta com mais de 50 mil páginas e já resultou na proposição de oito ações penais, com dezenas de denunciados. O coordenador da operação conta que foi preciso superar dificuldades de toda a ordem para conduzir as investigações, como o descumprimento de ordens judiciais de monitoramento telemático. “Um provedor de e-mail demorou quatro meses para atender parcialmente uma decisão de monitoramento”, afirma. A parte principal da operação foi desenvolvida por uma equipe composta pelo delegado e dois outros policiais federais. Os três tiveram que dar conta da análise de milhares de conversas telefônicas, mensagens de texto, e-mail. “Durante esse período o trabalho se estendia por sábados, domingos, feriados e até no recesso natalino”, conta Márcio Anselmo.

 

PETROBRAS. As investigações da Polícia Federal revelaram uma suposta ligação entre o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa com o esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Yousseff. Costa admitiu à polícia que recebeu um carro de luxo avaliado em R$ 250 mil do doleiro, mas alegou que o veículo foi dado em pagamento por um serviço de consultoria. Costa disse que já estava aposentado da Petrobras à época do recebimento do carro. No entanto, ele reconheceu que conhecia Youssef do período em que ainda estava na estatal brasileira. Costa foi preso enquanto destruía documentos que poderiam servir como provas no inquérito. Depois de solto, Costa voltou a ser preso em junho pois a Justiça considerou haver risco de fuga. Foram bloqueados US$ 23 milhões em 12 contas atribuídas a Costa e seus familiares. Outros US$ 5 milhões foram identificados na conta de um “colaborador” do doleiro Alberto Youssef.


COSTA GLO BAL. Documentos obtidos pela PF apontam que Costa pode ter recebido depósitos milionários do doleiro na conta de uma de suas empresas, a Costa Global. Um dos papéis, uma planilha de valores, seria uma contabilidade manual da empresa do ex-dirigente da estatal do petróleo. A planilha detalha valores em reais, dólares e euros recebidos entre novembro de 2012 e março de 2013. Os documentos mostram que o ex-diretor mantinha um controle detalhado de todas operações que ele intermediava entre a Petrobras, empreiteiras e fornecedores.

ENVOLVIMENTO. A apuração da PF também trouxe à tona indícios de ligação entre Alberto Youssef e o deputado federal André Vargas. Os dois teriam atuado juntos para fechar um contrato milionário entre uma empresa de fachada e o Ministério da Saúde. De acordo com as investigações da polícia, André Vargas ajudava Youssef a localizar projetos na administração pública nos quais poderia ser desviado dinheiro público. Além disso, o parlamentar reconheceu que, em janeiro, viajou para João Pessoa (PB) em um jatinho emprestado pelo doleiro. Vargas alegou que conhece Youssef há mais de duas décadas e que não há irregularidades na sua relação com o doleiro preso pela operação Lava Jato. Pressionado pelo próprio partido em razão das denúncias, Vargas se desfiliou e renunciou ao cargo de vicepresidente da Câmara. Ele está sofrendo processo de cassação no Conselho de Ética na Câmara dos Deputados.


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