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31/08/2015 - 11:26:06

COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Polícia Federal além das fronteiras

Conheça o Programa de Cooperação Internacional em Aeroportos (Intercops) para enfrentar o tráfico internacional de drogas e outros crimes

  • Revista Prisma
  • Felipe Chaves

   

O mês de outubro do ano passado foi um marco importante para a cooperação internacional e o enfrentamento aos crimes internacionais. A Polícia Federal iniciou o Programa de Cooperação Internacional em Aeroportos (Intercops), que promove o intercâmbio de experiências e metodologias de trabalho entre policiais de vários países.

 

O objetivo do programa é reunir policiais de outros países na repressão aos crimes internacionais de tráfico de drogas e de pessoas, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

 

De 2003 a 2014 a Polícia Federal fez a apreensão de mais de 14 mil quilos de cocaína e realizou cerca de três mil prisões. Os principais destinos para a droga é a Nigéria, Índia, África do Sul e o Leste Europeu.

 

O Delegado Federal Valdecy Urquiza Júnior comenta que o programa já recebeu policiais de mais de 25 países. “Os integrantes estrangeiros que vêm ao Brasil são custeados pela própria Polícia Federal para realizar os trabalhos conjuntos de cooperação policial”.

 

De novembro de 2014 a maio de 2015 foram realizados três ciclos de aulas. Os participantes são capacitados em técnicas de interdição de drogas em aeroportos, perícias em ambiente aeroportuário, inteligência policial em aeroportos e segurança aeroportuária.

 

Adido da Polícia da Receita Federal da França, Laurent Schloesser está no Brasil participando do programa de cooperação internacional e comenta que a experiência vivida é uma grande riqueza para seu país. “A cooperação internacional é o futuro da luta contra o tráfico internacional das drogas”, explica.

 

Os policiais estrangeiros aprendem todos os ciclos de trabalho que é realizado no dia a dia do aeroporto de Guarulhos. Os ensinamentos vão desde as abordagens aos passageiros suspeitos de tráfico, identificação de fraudes em passaportes e outros documentos, análise do tipo de droga transportada, noções de inteligência e até o trabalho de pesquisas de possíveis suspeitos que podem vir ao Brasil.

 

A escolha do aeroporto de Guarulhos para a implantação do Intercops tem um motivo: além de ser o terminal mais movimentado da América Latina, com mais de tráfego de 40 milhões de passageiros por ano, o aeroporto é considerado internacionalmente como o que mais apreende drogas no mundo.

 

COMBATE AO TRÁFICO DE PESSOAS

Relatório Global sobre o Tráfico de Pessoas lançado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano passado revela que ocorreram mais de 510 fluxos de tráfico no ano passado. Existem pelo menos 152 países de origem e 124 de destino.

 

As principais vítimas são mulheres e crianças. Cerca de 70% são do sexo feminino e a cada três vítimas conhecidas de tráfico humano, uma é criança.

 

De acordo com o Relatório Nacional sobre tráfico de pessoas no Brasil, divulgado em 2012, as principais buscas para o tráfico é para fins de adoção, de exploração do trabalho e sexual e para remoção de órgãos. Os principais continentes de origem é o Leste da Ásia e o Sul da África.

 

Para o Delegado Federal Luis Vanderlei Pardi, o problema de imigração no mundo se resume à circulação de pessoas e às áreas de conflito. “Essas pessoas são cooptadas por redes de tráfico de pessoas e isso envolve muito dinheiro. Essa situação está cada vez mais grave e esse é o grande problema que enfrentamos hoje com a investigação”, conclui o Delegado.

 

AUXÍLIO NAS OPERAÇÕES

Para auxiliar os policiais nas operações em combate ao tráfico de drogas, cães farejadores são utilizados para identificar a presença de drogas a alguns metros de distância. Ao sentir o cheiro do entorpecente, o cão senta ao lado da bagagem ou da pessoa suspeita e aponta ao policial que há algo errado por ali.

 

Assim, os policiais federais são autorizados a checar as bagagens e a revistar o passageiro. Se encontrarem produtos suspeitos, o material é examinado e submetido a testes químicos pela equipe de perícia do local. Se confirmada a presença de drogas, o transportador é preso e fica aguardando julgamento.

 

O que também auxilia no trabalho da Polícia Federal e aperfeiçoa o tempo de espera nas filas de embarque é um sistema de identificação de passaportes conhecido por e-gate. Com ele, a inspeção de passaportes que poderia demorar até três minutos é realizada em até 30 segundos.

 

O sistema é bem simples e rápido, mas só pode ser utilizado por quem já possui o novo passaporte brasileiro com chip. O passageiro se aproxima do e-gate, apresenta o passaporte para serem lidos os dados biométricos, biográficos e de chip. Automaticamente é feita uma checagem no banco de dados da PF para confirmar que o documento não é falso e que o passageiro pode embarcar normalmente.

 

O sistema ainda faz o reconhecimento facial do passageiro, comparando sua fisionomia atual com a da foto impressa no passaporte.

 

Todos esses sistemas de identificação e de enfrentamento aos crimes internacionais são bem aceitos pela população. A estudante de economia Ana Tereza, 21, viajou em fevereiro para Europa e afirma que se sente muito mais segura sabendo que policiais especializados trabalham diariamente para garantir a ordem nos voos e combater os crimes internacionais.

 

Luísa Neves, 20, também foi recentemente para fora do país e confirmou que o processo de checagem dos passaportes melhorou. “Eu passei por esse novo sistema de identificação e achei sensacional por ser tão rápido. Não sei se foi por causa de ainda ser um sistema novo, mas quase não me deixaram passar pela PF pelo fato de meu nome ser muito parecido com o de alguém que está com problemas com a polícia. Por um lado isso é até bom, sinto que a segurança aumentou muito”, comenta.


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